Hoje, motivado pela noticia de que o Santander iria sair da bolsa nacional, um amigo colocou, num grupo de investimentos no Facebook uma sondagem interessante;


3 horas após a colocação do post ainda ninguém respondeu à pergunta, e até entendo o porque.
Sempre que se fala do mercado bolsista nacional parece que se está a discutir algo envolto numa áurea mística. Uns acham que é um mercado “morto”, sem liquidez e o melhor é ficar longe, outros que as empresas cotadas são poucas e opacas, e como tal preferem ir para os mais agitados mercados do resto da Europa ou dos EUA.

Há ainda uma outra confusão quando se fala do nosso “pequeno” mercado, o PSI20, que já há muito não tem os 20 títulos que lhe deram o nome, mas…não são só as empresas cotadas neste índice, que apenas engloba as 20 com maior capitalização do mercado geral, onde contam neste momento 41 títulos, e as vezes este pequeno pormenor cai no esquecimento.

Se olharmos atentamente para algumas destas “poucas” empresas vamos poder encontrar entre elas algumas verdadeiras pérolas, e sem precisar do stress e da elevada volatilidade dos mercados mais desenvolvidos.

Então qual é a minha resposta à sondagem? Claramente a de que há grandes oportunidades de investimento no mercado nacional e é mesmo sobre isso que este artigo versa.

Para começar temos de delinear um horizonte temporal para analisar o potencial de investimento. No mercado das acções é sobejamente conhecido de que este deve ser no mínimo de 5 anos.
É precisamente este o valor que vou usar para exemplificar, de uma forma simples, sem entrar em questões técnicas e até porque estou de férias, que entre “APENAS” 40 títulos para analisar se poderiam ter encontrado verdadeiras oportunidades de até duplicar o capital.
Vou apenas salientar as mais valias que poderiam ter sido obtidas com a valorização dos títulos, não contabilizado os dividendos, que deixarei para um próximo artigo.

Para começar podemos olhar para o próprio índice PSI ALL SHARES, que em 5 anos (usando a data de hoje como referencia) valorizou “só” 31%…….


Portanto se a 28/07/2013 tivéssemos criado um cabaz que replicasse a constituição e o “weight” de cada acção no índice era esta a valorização hoje.

Olhando individualmente para as acções, e como já referi, pegando em algumas que sigo, ou que até considero “top-picks” temos mais bons exemplos de excelentes rentabilidades, como a tão “odiada” Sonae SGPS, que até faz parte do PSI20:

Investido na Sonae há 5 anos obteríamos hoje uma rentabilidade de 23.6%.

Continuando no PSI20, já que é normalmente é o mais visado, vemos olhar para a NOS:

Rentabilidade de 17,2% em 5 anos, não é mau, atendendo ao que têm pago nos ultimos anos as aplicações financeiras, mas…..há melhor muito melhor, como por exemplo a EDPR:

129.7% em 5 anos! Quem diria que seria possível no mercado nacional!
Mas como referi no inicio do artigo, o mercado não é só PSI20, por isso vou dar alguns exemplos de empresas do PSI Geral com bom desempenho, como a Estoril Sol,

24.8%, sim eu sei que não é muito, mas é alguma coisa.
E se agora olharmos para a Navigator:

83.9% já é alguma coisa? Continuando vamos passar à “pequena” Vista Alegre Atlantis:

138.5% de valorização em 5 anos!! Nada mau!
Então e a Toyota Caetano? Vamos lá ver:

284%, quase o triplo do valor inicial……e reparem, não fazer parte do PSI20, por isso muitas vezes deixadas fora das analises.

Para quem gosta de desporto, e embora muitas vezes oiça dizer que não se deve investir em SAD de clubes, deixo para terminar, pois não quero que o artigo fique demasiado extenso, a valorização dos 3 grandes nos ultimos 5 anos:

Sporting, com uns excelentes 86.8%

Porto, com 90.91%

E o Benfica com nada mais nada menos do que 133.5% de valorização:

Como podem verificar as oportunidades no mercado nacional existem, dá trabalho analisar as empresas, filtrar a informação, construir o plano de investimento e ter estômago para aguentar os movimentos durante os 5 anos, mas faz parte do processo.
Não podem é dizer que no mercado nacional não se ganha dinheiro……

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