Alguma vez foi a um banco fazer uma aplicação financeira e teve de preencher o seu perfil de investidor?

Devido a diversidade dos produtos financeiros comercializados, nem todas as aplicações financeiras são, adequadas a qualquer investidor.

Há produtos que garantem o capital investido e a remuneração, outros que apenas garantem o Capital Investido e ainda outros que não garantem nem uma coisa nem outra.

Ouve no passado uma certa pressão por parte da banca para comercializar  os seus mais variados produtos, e nem sempre os venderam a investidores que compreendiam os riscos que tais produtos acarretavam para o seu capital.

Hoje os intermediários financeiros são responsáveis por estabelecer o perfil de Investidor do seu cliente, de modo a oferecer apenas os serviços, aplicações e instrumentos financeiros adequados ao seu perfil de risco.
É da responsabilidade do investidor/Cliente responder ao questionário de maneira clara e o mais verdadeira possível.
No entanto após a realização do teste e caso  o cliente / investidor desejar ainda assim subscrever um produtos não adequado ao seu perfil, poderá fazê-lo  se assim o desejar.
Deverá ser advertido por escrito sobre  a desadequação desse produto.
 No apuramento deste perfil é realizado pelo investidor / cliente um teste de adequação a aplicação financeira / Serviço
O investidor é avaliado quanto:
  • aos tipos de investimentos com os quais está familiarizado;
  • aos seus conhecimentos em matéria de investimento;
  • aos seus conhecimentos quanto aos riscos associados aos diferentes tipos de produtos financeiros; e
  • à sua apetência pelo risco, nomeadamente, se está disposto a arriscar perder o capital investido, na sua totalidade, parte deste ou até um valor superior ao aplicado.

Dever de avaliar a idoneidade

Quando o intermediário financeiro apresenta vários produtos alternativos ao investidor e recomenda algum deles passa a prestar um serviço de aconselhamento.
Caso assim seja, deve avaliar qual o produto mais idóneo para o investidor em cada momento e deve reunir toda a informação necessária para poder aconselhá-lo. Para tal, é obrigado a realizar o denominado teste de idoneidade. Este teste também é obrigatório quando o intermediário financeiro presta o serviço de gestão de carteiras.
Através deste teste, avalia os conhecimentos e experiência do cliente, bem como a sua situação financeira e objetivos de investimento.
O intermediário financeiro deve obter do investidor a seguinte informação:
  • o nível e fonte dos seus rendimentos;
  • os ativos líquidos, imóveis e outros investimentos que possua;
  • os seus compromissos financeiros periódicos.
Esta informação permitirá ao intermediário financeiro conhecer a liquidez e tolerância ao risco do investidor.
Por fim, para saber quais os objetivos de investimento do cliente, tem ainda de conhecer o horizonte temporal que este deseja para a sua aplicação, a finalidade do investimento e o seu perfil de risco. É importante que a entidade financeira conheça qual a perda máxima que o cliente está disposto a assumir.

EXECUÇÃO DE ORDENS

Se partirdo investidor a iniciativa de aquisição de um produto não complexo, o intermediário financeiro não é obrigado a realizar o questionário de adequação.
É o caso, nomeadamente, de uma ordem para a compra de ações cotadas em mercados regulamentados, para a compra de obrigações, excluindo as que incorporem derivados, ou para a aquisição de unidades de participação de fundos de investimento harmonizados.
A entidade deve advertir o cliente, por escrito, que não tem obrigação de aferir se o produto lhe é ou não adequado e limitar-se-á a executar a ordem. Neste caso, a entidade financeira presta o serviço de “mera execução de ordens”.

PERFIS DE INVESTIDOR

O investidor deverá ter atenção qual é a descrição detalhada que a instituição financeira faz dos perfis de investidor.
O investidor deverá ter presente que, nem sempre, a designação atribuída ao perfil de investidor corresponde ao tipo de investimento ou de instrumento financeiro que o cliente conhece ou aos riscos que está disposto a assumir.
Em caso de dúvida, o investidor deve questionar o intermediário financeiro. O intermediário financeiro deve explicar-lhe o perfil de investidor atribuído.
Se o cliente considerar que o perfil é totalmente desadequado à sua realidade, deve solicitar a revisão do teste. Pode ter existido algum elemento mal compreendido ou informação erroneamente prestada, sem que disso o cliente se tenha apercebido.
  

PRINCIPAIS TIPOS DE PERFIS DE INVESTIDOR

Os perfis de risco ponderam diversas caraterísticas do investidor:
  • a maior ou menor aversão ao risco de perda do capital investido;
  • a disponibilidade por uma aplicação de curto ou médio e longo prazo; e
  • o nível e a oscilação da rendibilidade esperada resultantes das escolhas anteriores.
Não existe uma classificação harmonizada de perfis de investidor entre as instituições financeiras que atuam como intermediários financeiros. Todavia, as designações mais comuns para os diversos tipos de investidor são:

 CONSERVADOR OU PRUDENTE

Trata-se de um investidor que procura produtos com a garantia do capital investido e rendibilidades que espera pelo menos compatíveis com as taxas de juro de curto prazo. Este investidor é avesso aos principais riscos: de capital, rendimento e liquidez. Assume a preferência por investimentos de capital garantido, com prazo de vencimento mais curto, aos quais pode estar associado uma menor rendibilidade.

 EQUILIBRADO OU MODERADO

Trata-se de um investidor que procura produtos com a garantia do capital investido, mas que está disposto a assumir um prazo mais longo para essa aplicação de forma a poder acomodar uma eventual oscilação adversa do rendimento.  Assume a preferência por investimentos de capital garantido, mas aceita a sua manutenção em carteira a médio prazo.

DINÂMICO

Trata-se de um investidor que procura uma rendibilidade superior à média do mercado, estando disponível para aplicações de médio e longo prazo e para assumir o risco de algumas perdas no capital investido.

ARROJADO

Trata-se de um investidor que procura produtos com uma rendibilidade mais elevada quando comparada com a média do mercado, estando disponível para aplicações com um horizonte temporal relativamente mais curto e a assumir o risco de perda total ou até superior do capital investido.

 

Adaptado de: www.cmvm.pt